M.L: Como é que surgiu o interesse pela representação?
L.S: Foram duas épocas
diferentes: comecei a fazer teatro na escola aos 12 anos de idade, me apaixonei
pelo teatro, depois que vi um espetáculo. Em seguida aos 16 anos procurei o
Tablado e aos 17 ingressei no “Grupo Porão”, onde realizávamos investigações cénicas,
corpo, voz e essas coisas do teatro.
M.L: Fez teatro, cinema e televisão. Qual destes
géneros que lhe dá mais gosto em fazer?
L.S: Os 3. Cada um tem a sua
maneira, cada um tem o seu prazer!
M.L: Qual foi o trabalho num destes géneros que a
marcou, durante o seu percurso como atriz?
L.S: Gostei muito de viver
a Giovanna de “O Rei do Gado” (TV Globo) e a Maria Regina em “Suave Veneno” (TV
Globo) na TV. No filme “Oriundi” com Anthony Quinn (como Catarina), no
espetáculo “O Falcão e o Imperador” e no musical “Outside” como Peggy
Guggenheim.
M.L: Já fez telenovelas. Este é um género televisivo
que gosta muito de fazer?
L.S: Sim, gosto muito de
fazer TV.
M.L: Um dos seus trabalhos mais marcantes em televisão
foi a telenovela “Esplendor” (TV Globo), onde interpretou a personagem Flávia
Cristina. Que recordações guarda desse trabalho?
L.S: O universo fascinante
do sul do Brasil.
M.L: “Esplendor” é da autoria de Ana Maria Moretzsohn
com quem voltou a trabalhar em 2002 na telenovela “Sabor da Paixão” (TV Globo).
Como foi trabalhar com ela?
L.S: Maravilhoso, a Ana Maria
Moretzsohn é uma amiga que eu gostaria de ver mais.
M.L: Qual foi o momento que mais a marcou, durante o
seu percurso como atriz?
L.S: Cada estreia é um
marco seja na TV, cinema ou teatro.
M.L: Como vê atualmente o teatro e o audiovisual
(Cinema e Televisão) no Brasil?
L.S: Sempre produzi teatro
e agora neste momento estou produzindo a longa-metragem “O Casamento de Gorete”
pela minha produtora, a Paisagem Filmes. Com ela já produzimos também a curta-metragem
“Joãozinho de Carne e Osso” que vem-se apresentando em vários festivais.
M.L: Gostava de ter feito uma carreira internacional?
L.S: As novelas e os
filmes que fiz são muito exibidos fora do Brasil, mas gostaria de trabalhar com
alguns diretores que não são brasileiros.
M.L: Este ano celebra 27 anos de carreira desde que
começou como atriz no teatro amador no Colégio Sagrado Coração de Maria (onde
estudou) em 1985. Que balanço faz destes 27 anos?
L.S: Estou feliz com meu
caminho até aqui, pretendo continuar atuando, produzindo e estudando.
M.L: Como lida com o público que acompanha a sua
carreira há vários anos?
L.S: São meus amigos, são
pessoas que fazem parte desse processo tanto quanto eu, um não existe sem o
outro.
M.L: Atualmente participa na telenovela “Salve Jorge”
da autoria de Gloria Perez e que estreou na TV Globo no passado dia 22 de
Outubro da qual interpreta a personagem Antônia. Como estão a correr as
gravações?
L.S: Começamos bem, ainda
não sei direito os rumos da personagem, mas é sempre muito bom trabalhar com
uma equipa de atores e técnicos tão eficientes e talentosos.
M.L: Como é que surgiu o convite para participar nesta
telenovela?
L.S: Eu soube que a Gloria
Perez estava escrevendo uma novela sobre a Turquia, escrevi para ela e ela me
retornou. Fiz uma vasta pesquisa inspirada no “giro sufi” para a montagem do
espetáculo “O Falcão e o Imperador”, onde além de atuar, assinei a direção. Foi
incrível no primeiro capítulo de “Salve Jorge”, a imagem dos “Dervishes”
girando e abrindo a novela.
M.L: Esta é a 2ª vez que trabalha com Gloria Perez,
depois da mini-série “Amazônia, de Galvez a Chico Mendes” (TV Globo) em 2007.
Como é trabalhar com ela?
L.S: Tenho profundo respeito
e admiração pela Gloria e pela sua obra. Esta personagem agora, a Antônia é um
grande desafio assim como foi a Anália de “Amazônia…”.
M.L: Que expectativas têm em relação a este projeto?
L.S: Vai bombar (como se
diz aqui no Brasil)!
M.L: Em 1999 trabalhou com Anthony Quinn na
longa-metragem “Oriundi” de Ricardo Bravo. Que recordações guarda dele?
L.S: Uma grande lição para
mim contracenar com o maior ator que já conheci.
M.L: Qual foi a pessoa que a marcou, durante o seu
percurso como atriz?
L.S: O Anthony Quinn.
M.L: Qual o conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na representação?
L.S: Depende da paixão de
cada um. O ator tem que estudar muito, tem que se dedicar. Eu comecei pelo
teatro, mas tem atores que começam na TV, outros no cinema.
M.L: Quais são os seus próximos projetos?
L.S: Realizar a longa-metragem
“O Casamento de Gorete”.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda?
L.S: Um filme com o (Pedro) Almodóvar.MLFotografia: Marcos Ribeiro
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