M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
A.R.P: Desde muito pequena
que sempre estive ligada a grupos de teatro e quando acabei o 9º ano já vinha
com o gosto anterior pelo palco e pelas artes e surgiu a oportunidade de
investir na minha formação e foi quando comecei a estudar Teatro e formei-me em
Teatro no Balleteatro Escola Profissional.
M.L: Quais são as suas influências, enquanto atriz?
A.R.P: Tenho várias. Não
consigo dizer só um nome, porque há muita gente que eu gosto de ver, há atores
muito bons e de todos eles eu consigo retirar um bocadinho o que há de bom.
M.L: Faz, essencialmente, teatro. Gostava de trabalhar
mais no audiovisual (Cinema e Televisão)?
A.R.P: O cinema é uma área
que me fascina muito. Eu acho que qualquer ator pretende, um dia, chegar à
televisão, não vou dizer que seja o meu objetivo maior, porque não é, mas tenho
a noção de que, um dia, vou precisar de fazer televisão até para conseguir
viver no teatro que não é fácil.
M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora,
enquanto atriz?
A.R.P: Houve dois
trabalhos. O primeiro foi “Peter Pan-O Musical” que foi a minha grande estreia
no teatro, foi um dos meus melhores trabalhos e foi onde eu percebi que este
era, realmente, o meu caminho. Depois foi o “Aladino e a Gruta Mágica-O Musical
no Gelo”, porque para além de ter tudo o que um musical tem que é a dança, a
interpretação e a música, também tinha a patinagem que era maravilhoso.
M.L: “Aladino e a Gruta Mágica-O Musical no Gelo” foi
coproduzido pela Yellow Star Company do casal Paulo Sousa Costa e Carla
Matadinho. Como foi trabalhar com eles?
A.R.P: Foi muito bom,
aliás toda a experiência do “Aladino…” foi muito interessante. Começando pela
produção (Yellow Star Company) e continuando com toda a equipa que era
realmente maravilhosa.
M.L: Como vê, atualmente, a Cultura em Portugal?
A.R.P: Infelizmente, os
artistas são muito pouco valorizados, porque as pessoas ainda não perceberam
que é impossível viver sem as artes. O nosso país valoriza muito pouco a
Cultura.
M.L: Gostava de fazer uma carreira internacional?
A.R.P: Eu gostava muito de
completar a minha formação noutro país e de ter a oportunidade de ir para
outros caminhos, para alargar horizontes.
M.L: Tem desenvolvido o seu percurso como atriz no
Porto. Gostava de trabalhar mais em Lisboa?
A.R.P: Eu já trabalhei em
Lisboa várias vezes. Na verdade, o público do Porto é mais caloroso do que o
público de Lisboa.
M.L: Nos últimos anos, tem surgido jovens que
enveredaram pela representação influenciados pelo fascínio transmitido pela
televisão, através dos seus produtos de ficção (nomeadamente telenovelas). Na
sua opinião, acha que, um dia, esse fascínio diminuirá e que os jovens irão
enveredar-se pela representação de uma maneira mais séria?
A.R.P: Eu espero
sinceramente que sim. É um facto de que cada vez mais as crianças e os jovens
são influenciados por aquele “mundo maravilha” que vêm nas televisões. O que é um
grande erro, pois ser ator ou atriz é muito mais do que aquilo e muitas vezes a
única parte maravilhosa é fazermos o que gostamos. É essencial que se comece a
dar valor à formação nestas áreas.
M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito, até
agora, como atriz?
A.R.P: Dependendo de como estão as coisas no nosso
país e na Cultura. Felizmente, não me posso queixar, acho que sou mesmo uma
privilegiada, eu ainda não tinha acabado o meu curso e já trabalhava
profissionalmente como atriz e desde que acabei o curso acho que as coisas têm
corrido muito bem.ML
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