M.L: Quando surgiu o interesse pelo audiovisual?
G.M: Desde muito miúdo, lembro-me
de construir estúdios com câmaras, iluminação, apresentadores e convidados. Tudo
em LEGO. Mas com 15 anos comecei a querer ser Realizador de novelas na (TV)
Globo e a tomar mais consciência do mundo audiovisual e, mais concretamente, da
TV.
M.L: Quais são as suas influências nesta área?
G.M: Séries, novelas brasileiras e filmes, mas sobretudo os bastidores de toda
esta área.
M.L: Como realizador, trabalha, essencialmente, na
televisão. Gostava de, um dia, realizar uma produção cinematográfica?
G.M: Não ambiciono, porque eu gosto do ritmo e da dinâmica da TV.
M.L: Qual foi o trabalho que mais o marcou, durante o
seu percurso como realizador?
G.M: A novela “Doce Fugitiva” (TVI). Por toda uma equipa que tive nessa altura.
M.L: Foi corealizador da telenovela “Ajuste de Contas”
que foi exibida na RTP entre 2000 e 2001 e protagonizada por João Perry. Que
recordações guarda desse trabalho?
G.M: Foi a primeira novela inteira que realizei e que deu direito a nome no
genérico. Recordo esses e outros atores ilustres e o apoio que a minha
equipa me deu.
M.L: Como vê, atualmente, a ficção nacional?
G.M: Com uma enorme evolução, falta só um bocadinho mais de tempo para os criadores
e apostar mais na escrita, mas já vejo uma melhoria acentuada nas últimas
novelas da SIC a esse nível. Tecnicamente já conseguimos ser superiores aos
Brasileiros.
M.L: Gostava de fazer uma carreira internacional?
G.M: Carreira não digo, mas SIM a uma experiência de um ano ou meses. Digo isto,
porque valorizo muito a família e como tenho 4 filhos e sou bem-casado, não me
estou a ver a sair de Portugal.
M.L: Trabalhou, durante vários anos, na produtora
Plural Entertainment Portugal (ex-NBP). Que balanço faz do tempo em que
trabalhou na produtora?
G.M: No inicio muito BOM, nestes últimos cinco anos muito MAU. Má gestão das
pessoas e pouca comunicação interna.
M.L: A Plural Entertainment Portugal existe, desde
1992. Como vê o percurso que a produtora tem feito, desde a sua fundação até
agora?
G.M: Teve uma enorme evolução técnica nos primeiros 14 anos, depois estabilizou
em Bom, mas nos últimos cinco anos começou a haver pouco rigor na escolha dos
elementos técnicos e com os baixos orçamentos, menos qualidade.
M.L: O audiovisual tem estado em grande mudança nos
últimos anos. Sendo um profissional dessa área, qual é a sua visão, no que diz
respeito a essa mudança?
G.M: Até agora tem sido para melhor e espero que continue nessa ascensão.
M.L: Qual o conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na área do audiovisual?
G.M: Pense bem, porque isto é uma área de muito desgaste e pressão, por isso
temos de que gostar muito para fazermos bem e resistirmos.
M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito, até
agora, como realizador?
G.M: Muito bom. Se bem que nos últimos anos não tenho dado tudo por falta de
motivação. Lutei muito para corrigir problemas que hoje continua e ninguém liga
nenhuma e deixam andar. Fiz sempre o meu trabalho bem, mas só não me meti em
assuntos ligados às produtividades da empresa para quem eu trabalhei. Apesar de
quase exigirem isso dos realizadores acho que haviam lá pessoas para o fazer.
M.L: Quais são os seus próximos projetos?
G.M: Há muita coisa para fazer, mas, neste momento, não devo adiantar mais nada
sobre isso.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda?
G.M: Concertos de Música, para relaxar.
M.L: O que é que gostava que mudasse nesta altura da
sua vida?
G.M: Nada de especial.ML
Sem comentários:
Enviar um comentário