M.L: Quando surgiu o interesse pelo audiovisual?
A.S: Desde muito pequeno.
Na 3ª classe, tínhamos um jornal, onde pegávamos fotografias de outros jornais
e até de familiares. Lembro-me da minha primeira fotografia.
M.L: Quais são as suas influências nesta área?
A.S: Tudo o que é Pintura,
desde os primórdios da Humanidade nas gravuras em grutas e pedras até aos nossos
dias. Eu sou um devorador de Pintura de toda a classe, mas a Pintura italiana é
o meu “talão” de Aquiles, adoro Caravaggio.
M.L: Como diretor de fotografia, trabalha,
essencialmente, no cinema e na televisão. Qual destes géneros que mais gosta de
trabalhar?
A.S: Hoje em dia existe um
só Método: o televisivo, com câmaras com sensibilidades incríveis, o que muda é
o formato e o conteúdo. Naturalmente, eu adoro fazer ficção, o meu último filme
com José Fonseca e Costa (“Viúva Rica Solteira Não Fica” (2006) bateu recordes
de audiência em Buenos Aires.
M.L: Qual foi o trabalho que mais o marcou, até agora,
durante o seu percurso como diretor de fotografia?
A.S: “Doce Pitanga” (TPA),
“A Jóia de África” (TVI), e também “O Olhar da Serpente” (SIC) com o meu
inseparável amigo Álvaro Fugulin.
M.L: É pai da maquilhadora Magali Santana e de Ivana
Santana que trabalha na continuidade. Como vê o percurso que ambas têm feito
até agora?
A.S: As minhas filhas
caminham profissionalmente por elas próprias. A Magali foi nomeada para os
Prémios Sophia e a Ivana nunca errou uma cena em 7 anos de trabalho em
continuidade. Por isso só sinto orgulho por elas, mas sei que o apelido Santana
na hora de conseguir trabalho fica difícil, mas a vida continua e seguimos
avançando nas nossas profissões.
M.L: Nasceu em Portugal, mas vive, atualmente, na
Argentina. Como vê, hoje em dia, Argentina a nível artístico?
A.S: Argentina está a
anos-luz de Portugal em matéria de avanço tecnológico. Temos a Televisão
Digital Terrestre e temos a Televisão Digital aberta a uma plataforma de canais
free-to-air e de cabo totalmente
grátis para todo o território argentino. A nível de conteúdos, quantos
conteúdos comprados a Argentina, as pessoas é que não sabem, mas a maior
quantidade de guiões são adaptações de guiões argentinos, por isso vejo uma
Argentina com um nível artístico que não passa só por Buenos Aires, mas vejo uma
Argentina federalista, onde a arte de diferentes expressões está hoje presente.
M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na área do audiovisual?
A.S: Que estude Belas
Artes.
M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito, até
agora, como diretor de fotografia?
A.S: Positivo. É só ir ao
YouTube e confirmar a quantidade de trabalho feito com qualidade.
M.L: Quais são os seus próximos projetos?
A.S: Os meus próximos
projetos são iniciar um filme em Fevereiro na Argentina, e depois dedicar-me inteiramente
à docência em alguma universidade.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
A.S:
Concretizar a minha amizade com o António Parente. Desfeita por algum feitiço
que não chego a entender.ML
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