domingo, 4 de janeiro de 2015

Mário Lisboa entrevista... Artur Santana

Desde muito cedo que se interessou pelo audiovisual e tem desenvolvido um longo percurso como diretor de fotografia que passa, essencialmente, pelo Cinema e pela Televisão (onde trabalhou em produções como "Roseira Brava" (RTP), "Primeiro Amor" (RTP), "Vidas de Sal" (RTP), "Filhos do Vento" (RTP), "A Grande Aposta" (RTP), "Terra Mãe" (RTP), "Os Lobos" (RTP), "A Lenda da Garça" (RTP), "Todo o Tempo do Mundo" (TVI), "Jardins Proibidos" (TVI), "Olhos de Água" (TVI), "A Senhora das Águas" (RTP), "O Olhar da Serpente" (SIC), "A Jóia de África" (TVI), "Baía das Mulheres" (TVI) e "Doce Pitanga" (TPA). Pai da maquilhadora Magali Santana e de Ivana Santana que trabalha na continuidade, vive atualmente na Argentina, onde vai iniciar uma longa-metragem no próximo mês de Fevereiro. Esta entrevista foi feita no passado dia 8 de Dezembro.

M.L: Quando surgiu o interesse pelo audiovisual?
A.S: Desde muito pequeno. Na 3ª classe, tínhamos um jornal, onde pegávamos fotografias de outros jornais e até de familiares. Lembro-me da minha primeira fotografia.

M.L: Quais são as suas influências nesta área?
A.S: Tudo o que é Pintura, desde os primórdios da Humanidade nas gravuras em grutas e pedras até aos nossos dias. Eu sou um devorador de Pintura de toda a classe, mas a Pintura italiana é o meu “talão” de Aquiles, adoro Caravaggio.

M.L: Como diretor de fotografia, trabalha, essencialmente, no cinema e na televisão. Qual destes géneros que mais gosta de trabalhar?
A.S: Hoje em dia existe um só Método: o televisivo, com câmaras com sensibilidades incríveis, o que muda é o formato e o conteúdo. Naturalmente, eu adoro fazer ficção, o meu último filme com José Fonseca e Costa (“Viúva Rica Solteira Não Fica” (2006) bateu recordes de audiência em Buenos Aires.

M.L: Qual foi o trabalho que mais o marcou, até agora, durante o seu percurso como diretor de fotografia?
A.S: “Doce Pitanga” (TPA), “A Jóia de África” (TVI), e também “O Olhar da Serpente” (SIC) com o meu inseparável amigo Álvaro Fugulin.

M.L: É pai da maquilhadora Magali Santana e de Ivana Santana que trabalha na continuidade. Como vê o percurso que ambas têm feito até agora?
A.S: As minhas filhas caminham profissionalmente por elas próprias. A Magali foi nomeada para os Prémios Sophia e a Ivana nunca errou uma cena em 7 anos de trabalho em continuidade. Por isso só sinto orgulho por elas, mas sei que o apelido Santana na hora de conseguir trabalho fica difícil, mas a vida continua e seguimos avançando nas nossas profissões.

M.L: Nasceu em Portugal, mas vive, atualmente, na Argentina. Como vê, hoje em dia, Argentina a nível artístico?
A.S: Argentina está a anos-luz de Portugal em matéria de avanço tecnológico. Temos a Televisão Digital Terrestre e temos a Televisão Digital aberta a uma plataforma de canais free-to-air e de cabo totalmente grátis para todo o território argentino. A nível de conteúdos, quantos conteúdos comprados a Argentina, as pessoas é que não sabem, mas a maior quantidade de guiões são adaptações de guiões argentinos, por isso vejo uma Argentina com um nível artístico que não passa só por Buenos Aires, mas vejo uma Argentina federalista, onde a arte de diferentes expressões está hoje presente.

M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira ingressar numa carreira na área do audiovisual?
A.S: Que estude Belas Artes.

M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito, até agora, como diretor de fotografia?
A.S: Positivo. É só ir ao YouTube e confirmar a quantidade de trabalho feito com qualidade.

M.L: Quais são os seus próximos projetos?
A.S: Os meus próximos projetos são iniciar um filme em Fevereiro na Argentina, e depois dedicar-me inteiramente à docência em alguma universidade.

M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda nesta altura da sua vida?
A.S: Concretizar a minha amizade com o António Parente. Desfeita por algum feitiço que não chego a entender.ML

Sem comentários:

Enviar um comentário