M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
C.M.S: O interesse pela
representação surgiu, desde muito nova. Eu comecei a trabalhar com a Art’Encena
que é uma associação em Santa Maria da Feira. Comecei a trabalhar em feiras
medievais e foi a partir daí que eu descobri que queria ser atriz e que queria
seguir essa carreira.
M.L: Quais são as suas influências, enquanto atriz?
C.M.S: Não tenho,
propriamente, uma influência. Eu gosto um pouco de tudo. Acho que as maiores
influências são as pessoas que me acompanham ao longo do tempo: os meus
professores, tive um encenador (João Paulo Costa) que me marcou imenso, que me acompanhou,
durante três anos, e que me deu aulas. Acho que ele é uma das minhas grandes
influências.
M.L: Faz, essencialmente, teatro e cinema. Gostava de
trabalhar mais em televisão?
C.M.S: Sim, gostava de
fazer televisão. Eu fui para Lisboa com o intuito de também trabalhar em
televisão, embora a minha grande paixão seja o teatro e o cinema. Mas a
televisão, neste momento, é um mercado, onde os atores têm uma facilidade maior
de gerir a sua vida.
M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, durante o
seu percurso como atriz?
C.M.S: Em teatro, acho que
a peça que mais me marcou foi “As Danaides” que eu
fiz com João Paulo Costa. Foi uma das peças que me deu mais gozo de fazer. Em
cinema, eu comecei com a curta-metragem “Azeitona” (2008) e foi marcante,
porque também foi a primeira experiência que tive em cinema e foi aí que eu percebi,
realmente, que gostava imenso de cinema.
M.L: Como vê, atualmente, o teatro e a ficção
nacional?
C.M.S: O teatro está
paradíssimo. É muito difícil para os novos atores conseguirem fazer bom teatro,
porque não há apoios, a situação do nosso país está como toda a gente sabe, há
teatros a fechar, porque não têm forma de sobreviver. A ficção é uma indústria
de muita competitividade, é complicado entrar na ficção nacional, hoje em dia,
mas eu sou apologista de que quando nós temos uma boa formação, de que quando
gostamos imenso daquilo que fazemos e trabalhamos para isso, vamos ter as
nossas oportunidades.
M.L: Gostava de fazer uma carreira internacional?
C.M.S: Eu não sou uma
atriz que sonha em ir para Hollywood, eu gosto de trabalhar cá… Aliás, o cinema
que eu mais gosto nem é, propriamente, o cinema mainstream americano… É cinema francês, cinema brasileiro… Todos os
atores e atrizes gostavam de expandir o seu trabalho por mais do que o seu
país.
M.L: Vive em Lisboa, mas é natural de Esmoriz. Já
alguma vez se arrependeu de ter decidido ir viver para Lisboa?
C.M.S: No início, foi um
bocadinho complicado nos primeiros três meses, porque fui para Lisboa, deixei
cá a família, os amigos, tudo aquilo que fazia parte da minha vida e lancei-me
para um sítio que eu não conhecia… Mas, hoje em dia, não me arrependo de nada,
estou a adorar estar em Lisboa, estou a gostar imenso.
M.L: É agenciada pela H!T Management que foi fundada
pela também atriz Ana Varela e que pretende ser uma agência inovadora, cujos
seus agenciados são, em grande parte, atores com menor visibilidade. Como vê o
percurso que a agência tem feito, desde a sua fundação até agora?
C.M.S: Eu, praticamente,
acompanhei o início. Quando me mudei para Lisboa, eles tinham um pouco mais do
que três meses de empresa. Eu cheguei a trabalhar com eles, ajudá-los mesmo em
trabalho de agência, tal como atriz. Portanto, estou completamente dentro
daquilo que é o trabalho da H!T. A H!T pegou inicialmente em atores que não têm
grande visibilidade na ficção e, neste momento, já estamos com um leque de
atores muito maior. Isso é um sinal de que a agência é boa (a meu ver).
M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito, até
agora, como atriz?
C.M.S: O meu percurso ainda é pequeníssimo, eu ainda
estou a começar. Acho que nós estamos sempre a aprender, tem de ser tudo muito
devagarinho, mas eu estou muito satisfeita, já trabalhei em muitas áreas que eu
sempre quis trabalhar e acho que estou num bom caminho.ML
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