Olá. A próxima entrevista é com a locutora Carla Rocha. Iniciou-se na Comunicação Social aos 15 anos ao trabalhar num jornal local em Albufeira tendo depois trabalhado por exemplo na Rádio Comercial da Linha e na Rádio Clube Português estando atualmente a trabalhar na RFM, onde apresenta desde 2002 o programa "Café da Manhã" das 6 até às 10 horas juntamente com José Coimbra e além de locutora também é professora dando aulas na Universidade Autónoma de Lisboa e recentemente lançou o livro "Ó mãeee!!!" da qual escreveu juntamente com Ana Margarida Oliveira e Maria José Areias e cujo o objetivo é partilhar com o público as experiências das 3 autoras, enquanto mães. Esta entrevista foi feita por via email no passado dia 21 de Agosto.
M.L: Como é que está a correr o programa “Café da Manhã”?
C.R: Está a correr bem. Nesta altura, parte da equipa está de férias, mas o programa continua fresco e com conteúdos atuais todas as manhãs.
M.L: O programa é exibido há mais de dez anos. Que balanço faz do tempo em que está no programa?
C.R: Fazer um programa da manhã consome muitas energias. Implica estar sempre atento ao que se passa no mundo e à nossa volta. O balanço que faço (apesar de todo o trabalho que nos dá) é que têm sido anos muito divertidos também.
M.L: Partilha a apresentação do programa com José Coimbra. Como é trabalhar com ele?
C.R: Trabalhamos em equipa e isso implica aceitar o outro como é e criar consensos. Tive sorte na medida em que o Zé é uma pessoa muito responsável e que vive para a rádio.
M.L: Qual foi a situação mais embaraçante que a marcou até agora no programa?
C.R: Uma vez que anunciei que no sexo forte ia jogar uma rapariga que estava grávida. Dei-lhe os parabéns e fizemos uma grande festa e no meio da festa, ela diz que não estava. Tudo, porque o marido ainda não sabia e ela não queria que ele soubesse pela rádio. Quem me disse que ela estava grávida foi o nosso assistente que falou com ela, antes de entrar no ar e percebeu que ela queria que se desse a notícia. Enfim, mal-entendidos.
M.L: Apresenta o “Café da Manhã” das 6 até às 10 horas. Como é que é a sua rotina, antes de apresentar o programa?
C.R: Chego meia hora antes para ver os jornais, saber das últimas notícias, ver a previsão do tempo e acabar de preparar todo o alinhamento do programa. Apesar de grande parte estar pronto no dia anterior.
M.L: Qual foi a entrevista que lhe deu mais gosto em fazer até agora no programa?
C.R: Gostei de tantas. Têm passado por lá muitas pessoas interessantes. Sem qualquer conotação política, adorei entrevistar o Jerónimo de Sousa.
M.L: Como é que escolhe os seus convidados?
C.R: Com base numa notícia, num concerto, num feito. Podem ser tantos os critérios. Essencialmente, é preciso que a pessoa tenha histórias para contar.
M.L: Qual é a personalidade que ainda gostava de entrevistar no programa?
C.R: Barack Obama.
M.L: Recentemente lançou o livro “Ó mãeee!!!” que escreveu juntamente com Ana Margarida Oliveira e Maria José Areias. Como é que surgiu a ideia de escrever o livro?
C.R: Somos 3 mães que sempre têm partilhado umas com as outras as histórias dos filhos. Um dia, alguém se lembrou que era giro escreve-las e publica-las.
M.L: Como tem sido a reação do público ao livro?
C.R: Tem sido boa. Não é um bestseller, mas dá-me uma grande felicidade receber emails de outras mães que me contam as suas histórias.
M.L: Como é que surgiu o interesse pela Comunicação Social?
C.R: Comecei a trabalhar no meio muito nova. Aos 15, já escrevia para um jornal de Albufeira. Aos 16, já trabalhava numa rádio local. O interesse foi aumentando com os anos.
M.L: Está na RFM há vários anos. Que balanço faz do tempo em que está na estação?
C.R: Muito bom. Tem sido a minha segunda casa. Orgulho-me da minha rádio e da empresa para onde trabalho.
M.L: Como vê atualmente a RFM?
C.R: É uma rádio que está perto das pessoas, que já as acompanha há muitos anos e que quer continuar a ser a primeira escolha.
M.L: Antes de trabalhar para a RFM já trabalhou em outras estações de rádio como a Rádio Comercial da Linha e a Rádio Clube Português. Que recordações leva dessas experiências profissionais?
C.R: Foram escolas. Na Rádio Comercial da Linha, fiz mesmo um curso de formação que ensinava formas de comunicar em rádio. Ao mesmo tempo, estava na universidade a tirar Ciências da Comunicação. Trabalhei com grandes profissionais nessas duas rádios e hoje ainda dou por mim a lembrar-me dos ensinamentos que me deram.
M.L: Dedicou praticamente a sua vida profissional à rádio. Gostava de ter trabalhado em outros meios de comunicação como a televisão?
C.R: Nunca aconteceu e nunca fiz para que acontecesse. A rádio preenche-me muito e há outras coisas que adoro fazer: gosto de ensinar (dou aulas na Universidade Autónoma), gosto de ter tempo para a minha família e para mim e gosto de continuar a aprender também. Fiz uma pós-graduação há um ano e tenciono terminar o mestrado de marketing.
M.L: Como lida com o público que acompanha a sua carreira há vários anos?
C.R: Considero as pessoas que nos ouvem meus amigos, é assim que os trato.
M.L: Como vê atualmente a Comunicação Social?
C.R: Faz falta abordar a notícia de uma perspetiva mais otimista. Ligo a televisão ou abro um jornal e tudo o que vejo é só histórias de tragédias. Claro que devem ser noticiadas, mas não podemos cair no excesso da desgraça. Gera pessimismo, faz-nos acreditar que somos uns coitadinhos e não nos deixa andar para a frente. Deviam mostrar mais casos felizes, histórias de empreendedores, corajosos, há gente assim por todo o lado. Estes casos deveriam ter mais visibilidade.
M.L: Gostava de ter feito uma carreira internacional?
C.R: Não.
M.L: Qual foi o momento que a marcou, durante o seu percurso como locutora?
C.R: O nascimento do meu filho e a oportunidade que a RFM deu a qualquer pessoa de fazer o programa com o Zé, enquanto estivesse de licença de maternidade. Toda a gente me falava nisto.
M.L: Além de locutora também dá aulas na universidade. Que balanço faz da sua atividade como professora?
C.R: Tenho muito para dar ainda. Imagino-me a dar aulas até na reforma.
M.L: Como lida com os alunos, enquanto leciona?
C.R: Adoro ensinar e tenho encontrado grandes profissionais. Só estão à espera de uma oportunidade. Tento dar-lhes o melhor de mim e passar-lhes conhecimentos que adquiri ao longo destes anos.
M.L: Qual foi a personalidade da Comunicação Social que a marcou, durante o seu percurso como locutora?
C.R: Foram alguns. Rui Branco, Elisabete Caixeiro. Na televisão: José Rodrigues dos Santos, Catarina Furtado.
M.L: Como vê atualmente Portugal e o Mundo?
C.R: Em crise e a precisar de mudar mentalidades e comportamentos. A crise que enfrentamos é mais do que uma crise económica. Por muito que nos custe agora, acho que era inevitável e necessária. A maneira como o mundo vivia tornou-se insustentável. Viver com o que temos, sem aspirar a ter o que não podemos, acredito que vai passar a ser a nova máxima da Humanidade.
M.L: Está com quase 40 anos. Como é que se sente ao chegar a esta idade?
C.R: Serena e confiante no futuro. Sou muito positiva.
M.L: Que balanço faz da sua carreira?
C.R: Não poderia ter seguido uma profissão que me preenchesse tanto e me realizasse tanto. Ainda vibro com o que faço.
M.L: Quais são os seus próximos projetos?
C.R: Tirar o mestrado, continuar o programa e ser feliz (como até aqui).
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha feito ainda?
C.R: Um doutoramento ligado à rádio portuguesa.
M.L: Se não fosse a Carla Rocha, qual era a locutora que gostava de ter sido?
C.R: Bailarina. A sério.ML
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