M.L: Quando surgiu o interesse pelo jornalismo?
C.N: Surgiu quando ainda era muito pequena. Quis ter várias
profissões como Professora de História ou Educadora Infantil… Mas com o passar
do tempo fui percebendo que a informação é poder, ou seja, quanto mais
informado está, mais poder tem sobre uma situação. Este dado não tem de ser
mau, tem de ser visto como o ponto de partida para uma forma de estar na vida.
Percebi que a figura do jornalista tem um peso e uma importância sem igual nas
sociedades. Não é, nem pode ser, uma vaidade. Tem de ser uma missão.
M.L: Quais são as suas influências, enquanto
jornalista?
C.N: Cresci a ler revistas
e a ver caras de que gostava muito na televisão. Há nomes incontornáveis para
mim como a Ana Leal, Clara de Sousa, Margarida Marante nos seus comentários com
o Miguel Sousa Tavares, José Alberto Carvalho.
M.L: Como jornalista, trabalha, essencialmente, na
televisão. Gostava de, um dia, trabalhar em outros meios de comunicação como,
por exemplo, a imprensa?
C.N: Sim, gostava. No
futuro, quem sabe, talvez pudesse passar essencialmente pela escrita, mas numa
revista semanal (um género que me agrada bastante). Mas, a par da televisão, a
rádio é uma das minhas paixões.
M.L: Na televisão, trabalhou na TV Record Europa e,
atualmente, trabalha na CMTV. Que balanço faz do tempo em que trabalha no
canal?
C.N: O melhor. Tem sido
difícil e exigente, não o nego, mas até agora cresci profissionalmente como não
podia imaginar ter crescido antes de completar 25 anos. Tenho tido
oportunidades que pouco provavelmente teria noutros locais. Por isso, só posso
estar grata, feliz, e com vontade de continuar. No entanto, o horário
madrugador da equipa da qual faço parte, nem sempre é fácil de gerir, mas faz
parte!
M.L: A CMTV foi lançada em Março de 2013. Como vê o
percurso que o canal tem feito, desde a sua fundação até agora?
C.N: A CMTV tem o peso
(enorme) da responsabilidade de ser o rosto do jornal Correio da Manhã. Levamos
até ao espectador as imagens das notícias que todos os dias milhares de pessoas
lêem no papel e online. Penso que o
país precisava de um projeto do género. Como em todas as ideias que realmente
avançam, a CMTV teve os seus percalços no início, mas soube e sabe crescer.
Fá-lo todos os dias. Tem sido uma ótima aventura, que encaro, encaramos, todos
os dias com responsabilidade e altruísmo.
M.L: Qual foi o trabalho que mais a marcou, até agora,
durante o seu percurso como jornalista?
C.N: O meu percurso
enquanto jornalista é ainda muito recente, estou prestes a completar apenas
cinco anos enquanto profissional. Ainda assim (já na CMTV), destaco a notícia
em primeira mão da demissão de Miguel Relvas. Na altura era eu quem estava no
ar, a CMTV tinha apenas dois meses, e lá estávamos nós a marcar a atualidade
política nacional, ao avançar que o Ministro de quem toda a gente falava ia
demitir-se. Destaco ainda a revelação, também em primeira mão, do aparecimento
do bebé Daniel. Foi um momento feliz. Mais recentemente, a entrevista com o
Ricardo Araújo Pereira.
M.L: Como vê, atualmente, a Comunicação Social em
Portugal?
C.N: Por vezes vejo,
confesso, com alguma desilusão. Muitas vezes pelos protagonistas “escolhidos” e
também pela forma como conduzimos as coisas. Fico triste também pelo efeito
“carneirada” de que muitas vezes sofremos. Hoje, o assunto não sai de antena,
mas amanhã pode não ser bem assim. Não sei que efeitos terá no nosso futuro. Talvez
seja um sinal dos tempos.
M.L: Gostava de fazer uma carreira internacional?
C.N: Admiro quem consegue
fazê-lo, mas a língua deve ser respeitada. No meu caso, não seria uma boa
jornalista num país cuja língua não fosse a minha. Não é uma ambição que tenha.
Gostaria, isso sim, de continuar a trabalhar no meu país e tentar ser melhor
naquilo que faço.
M.L: Tem, atualmente, 24 anos de idade e já tem
experiência como pivô em dois canais de televisão (que é uma coisa que muitos
demoram algum tempo a conseguirem). Qual o conselho que daria, nesta altura, a
alguém que queira ingressar numa carreira no jornalismo?
C.N: Os canais do cabo têm
aberto portas a muitas pessoas novas, que de outra forma não teriam um lugar a
apresentar um Jornal principal ou até mesmo secundário. Tenho plena noção
disso. Trabalho, talvez seja esse conselho! Mas prefiro não dar conselhos a
ninguém, até porque o meu percurso tem sido feito com base em muito trabalho e
de alguns acasos.
M.L: Que balanço faz do percurso que tem feito, até
agora, como jornalista?
C.N: Até agora, faço o
melhor balanço possível, mas sinto que preciso de aprender muitas coisas.
Preciso de dar “mais notícias”! Tenho tanto a aprender, a evoluir, que ainda me
é difícil fazer um balanço. Há algo que gosto de realçar: os colegas mais
velhos que tenho encontrado. Ajudam-me imenso e fazem-me sentir que ainda há
muitos bons profissionais no nosso meio. Só por isso, já vale a pena!
M.L: Quais são os seus próximos projetos?
C.N: O meu projeto é a
CMTV, é aqui que planeio permanecer, é aqui que quero crescer.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
C.N: Gostava de entrevistar importantes figuras
políticas, mas sei que ainda não tenho a maturidade e os conhecimentos para
desempenhar esse papel da melhor forma.ML
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