respeitável percurso como ator que passa pelo teatro, pelo cinema e pela televisão (onde entrou em produções como "A Banqueira do Povo" (RTP), "Na Paz dos Anjos" (RTP), "A Mulher do Sr. Ministro" (RTP), "Jornalistas" (SIC), "Os Batanetes" (TVI), "Jura" (SIC), "Feitiço de Amor" (TVI), "Deixa Que Te Leve" (TVI), "Morangos com Açúcar" (TVI) e "Mulheres de Abril" (RTP), e, atualmente, participa na peça "A Cantora Careca" de Eugène Ionesco e está em cena no Teatro do Bairro até ao próximo dia 21 de Setembro. Esta entrevista foi feita no passado dia 15 de Setembro.
M.L: Quando surgiu o interesse pela representação?
J.C: Em criança. Penso que
não fui diferente de nenhuma outra criança pois todas têm essa apetência pela
representação e fazem-no para dar vida aos seus sonhos através de um mundo
ficcional que vão construindo e se surpreendendo com essa construção.
M.L: Quais são as suas influências, enquanto ator?
J.C: Tanto no
cinema mudo passando pelo cinema americano dos anos 30, 40, 50, etc, o cinema francês
da Nouvelle Vague, algum cinema
português, etc, que encontro atores que me servem de referência. No teatro as
referências são mais portuguesas: João Perry, Jorge Silva Melo, Luís Miguel Cintra,
Canto e Castro, Eunice Muñoz, Isabel de Castro, e muitos outros.
M.L: Faz teatro, cinema e televisão. Qual destes
géneros que mais gosta de fazer?
J.C: Talvez o
teatro. Por me permitir aprofundar durante mais tempo determinadas temáticas e
por sentir depois da estreia o contacto direto com o público.
M.L: Qual foi o trabalho que mais o marcou, até agora,
durante o seu percurso como ator?
J.C: Não consigo realçar
um só.
Em teatro: "A
List" de Gertrude Stein e "O Auto da Barca do Inferno", ambos
com encenação de António Pires.
No Cinema: "Filha da
Mãe" (1990) de João Canijo e "O Miradouro da Lua" (1993) de
Jorge António.
Na televisão:
"Jornalistas" (SIC) e "Mau Tempo no Canal" (RTP Açores).
M.L: Em 2013, participou no musical “O Despertar da
Primavera” de Steven Sater e Duncan Sheik e encenado por Fernando Pinho, na
qual esteve em cena na Casa da Criatividade em S. João da Madeira. Que
recordações guarda desse trabalho?
J.C: Quando o Fernando
Pinho me convidou eu estava a encenar a peça que serve de base a este musical -
"O Despertar da Primavera" de Frank Wedekind - com um grupo universitário
porque gosto muito da peça. Por isso foi com prazer que integrei o elenco do
musical. Foi um trabalho muito agradável e ainda me lembro do primeiro ensaio
que assisti que era um ensaio com os cantores e de como me emocionei por eles
cantarem tão bem.
M.L: “O Despertar da Primavera” também contou com a
participação de atores como Gabriela Barros, João A. Guimarães e Sofia
Nicholson. Como foi trabalhar com eles?
J.C: É sempre bom
trabalhar com pessoas que admiramos e que se empenham naquilo que fazem.
M.L: Como vê, atualmente, o teatro e a ficção
nacional?
J.C: Sentado (gargalhada). Vejo que há gente nova que quer fazer coisas e que tem coisas para dizer e
preocupa-me que não haja mais oportunidades para o fazerem. É um caminho
político em que eu não me revejo e que este Governo está a tomar - ao
silenciar a voz dos criadores criará um pântano de ideias que irão apodrecer.
M.L: Em 2014, celebra 32 anos de carreira, desde que
se estreou como ator em 1982. Que balanço faz destes 32 anos?
J.C: Já 32 anos?
Que horror! Que já fiz muita coisa e que ainda me falta fazer muitas mais.
M.L: Qual conselho que daria a alguém que queira
ingressar numa carreira na representação?
J.C: Nenhum. Ou então que façam muita formação porque lá irão encontrar muitos
professores que os sentarão no colo, lhes darão concelhos e...
M.L: Quais são os seus próximos projetos?
J.C:
"A Cantora Careca" - uma reposição em cena no Teatro do Bairro de 17
a 21 de Setembro.
"O Som e a
Fúria" na companhia Teatro Mosca para estrear em Sintra a 12 de Dezembro.
M.L: Qual é a coisa que gostava de fazer e não tenha
feito ainda nesta altura da sua vida?
J.C: Dar a volta ao Mundo.ML
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